O Mundo de Maya
“Eu estava bem aqui
Longe do mundo real
E agora olha só no que que a gente foi mexer
Olha para o céu
Ouve essa canção
E dissolve essa certeza que ‘cê tem
E que é tão difícil de abrir mão
Hoje, assombração
Amanhã, passou
E isso tudo que a gente imaginou
Pode simplesmente se perder
As coisas são assim...”
-Lucas Vasconcellos (2021)
Nossas relações acontecem no dia a dia, muitas vezes de forma tão automática, que não paramos para refletir como lidamos com elas. O mundo das impressões muitas vezes acabam por se sobrepor ao mundo real, e isso pode ser um problema na hora de nos relacionarmos com as pessoas e com o mundo.
Tratamos como Fantasia, tudo aquilo que criamos através da plasticidade do pensamento, sendo que essa criação nem sempre corresponde à realidade. E pode ter certeza que esse fator está muito presente em todas as nossas relações. Quando falamos de expectativas, não estamos falando de algo concreto, mas sim, descrevendo justamente uma fantasia criada através de algumas impressões. Então, com isso, sofremos com a decepção, muitas vezes quando essa expectativa não é alcançada e dependendo do nível de tolerância à frustração, podemos criar conflitos ou até deixar algumas vivências de lado, não por que o real seja necessariamente ruim, mas por que onde havia uma expectativa, agora há uma dor. Dor criada por nós mesmo através da fantasia.
Claro, acredito que não seja possível viver sem a utilização desse recurso. Acredito ainda que a vida seria muito mais chata sem fantasias e expectativas. Elas acabam sendo um bom recurso motivador, desde que sejam utilizados e percebidos com certa cautela. Quando conhecemos alguém, por exemplo, é muito comum criarmos expectativas sobre quem é essa pessoa, idealiza-la, fantasiar. E é claro, a pessoa nunca vai ser exatamente aquilo que pensamos, pois ela faz parte do mundo real, tem uma história, tem seus próprios sonhos e objetivos, em fim, é uma pessoa real, assim como você. E sim, as pessoas também te idealizam, mas isso já é outra história.
Então, que tal se permitir tocar mais o real, sair um pouco do mundo de Maya, expressão da cultura hindu para descrever a ilusão criada na percepção do mundo. Tudo bem a gente se decepcionar um pouco. Por outro lado, tocar o real permite também que possamos nos surpreender. E tudo bem também você colorir sua realidade com idealizações, expectativas e fantasias. A ideia é que apenas não nos deixemos influenciar somente por elas, e sempre ter em mente que o real não precisa ser nem pior nem melhor, mas apenas diferente daquilo que criamos em nossa cabeça.
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