“Quem sou eu sem você?”
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“Não que eu desejasse a morte
Só um pouco de má sorte
Ou quem sabe um overdose
De ciúme”
- Pélico (2015)
A pergunta do título poderia ser feita por cada pessoa envolvida em um relacionamento. Muitas vezes algumas pessoas se perdem no mundo do outro ao compartilharem de uma infinidades de afetos que os cercam numa relação. Então, chega um momento em que investem sua energia para que o relacionamento com a pessoa não se acabe, criando formas de mantê-lo. Uma dessas formas de investimento é quase inevitável: o ciúme.
Quando as pessoas se encontram num relacionamento, é comum que elas sintam ciúmes. Até certo nível, o ciúme pode ser considerado normal; teria a ver com aquele sentimento de rivalidade que se tem quando as pessoas com as quais nos relacionamos se aproximam muito de outras pessoas. Isso acontece de forma quase automática, pois é algo que começamos a desenvolver em nossa vida emocional ainda na infância, disputando a atenção dos pais ou de irmãos. Porém, algumas pessoas quando sentem ciúmes, criam uma espécie de filme em suas cabeças, que dura milésimos de segundos, mas pode levá-las à reações exageradas, agressões verbais e até físicas contra o concorrente ou contra a pessoa com quem está envolvida. Reações desse tipo podem estar ligadas ao nível da autoestima e à autoimagem da pessoa enciumada, fazendo-a se perceber como inferior e vítima de um possível abandono, que tenta evitar de toda forma.
Acontece que nem tudo que nós achamos que acontece realmente acontece. Nossa consciência age como uma pequena lanterna, que joga um feixe de luz sobre algum ponto de um oceano de afetos e sensações. Logo, se a pessoa enciumada for muito insegura, é provável que imagine ser abandonada, pois a lanterna da consciência poderá iluminar justamente certos pontos “negativos” de sua personalidade, em contrapartida às qualidades do concorrente. Isso pode levar a pessoa a uma dependência afetiva exacerbada, chegando a ponto de querer saber a todo momento sobre todos os detalhes da vida da pessoa amada, controlar suas amizades, atividades, trabalho, entre tantas outras coisas, e acaba sufocando a relação, a fim de se precaver contra qualquer sinal que possa levar ao término do relacionamento. E se antes a preocupação era o batom no colarinho, hoje, com as redes sociais, o trabalho de sondar a vida da pessoa amada se potencializa, assim como seu desgaste e estresse, e isso tudo às vezes sem motivo.
Então, nesse caso, o problema não é as amizades ou as redes.
O importante é que a pessoa possa se sentir segura para se relacionar de forma saudável, e reagir aos ciúmes somente se houver realmente um motivo para isso, e mesmo assim, reagir de forma que não se prejudique. Verificar a autoestima é sempre importante em casos de reações exageradas por causa dos ciúmes. O ideal é que você possa se conhecer para poder se controlar, saber de suas limitações e qualidades, e poder se relacionar sem medo de ser abandonado.
E sem medo de ser feliz.
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