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Os Sinais do Nosso Universo


“Do fundo mais profundo da galáxia Mais distante do planeta as sentinelas podem ver Os ecos mais secretos Tão discretos e hesitantes Dos sibilos escondidos em você”

- Ione Aguiar (2016)

O que é sintoma?


Podemos dizer que sintomas são sinais que indicam algo, não necessariamente ruim, no entanto o termo é muito utilizado dentro da área da saúde como indicador de que existe algo de errado com o sujeito. O que é interessante sabermos é que os sintomas estão sempre ligados a alguma causa, ou seja, existe um caminho percorrido entre a causa e o sintoma que sinaliza o adoecer. Tratando-se de aspectos físicos/orgânicos, podemos pensar na febre, que pode estar indicando alguma infecção no organismo, algo que precisa se dar atenção para a manutenção da vida sadia do sujeito. Porém, tratando-se dos aspectos mentais e psíquicos, podemos pensar na mesma dinâmica, agora de forma abstrata, mas igualmente importante para a manutenção da vida sadia do indivíduo.


Dentro da psicanálise, Sigmund Freud desenvolveu sua teoria do inconsciente delineando vários aspectos abstratos da psique, e um deles é o conceito de pulsão. Pulsão seria a forma de descarga de energia psíquica, por exemplo, quando estamos estressados, estamos com um acúmulo de energia, e é isso que gera tanta tensão psíquica, que pode se perceber, inclusive fisicamente. É então necessário que essa energia seja descarregada, e é nesse momento que, através da pulsão, a pessoa manifesta algum sinal daquilo que está dentro dela; algumas pessoas gritam, outras choram, agridem ou simplesmente reprimem seu desejo de manifestação, ou seja, cada um vai reagir da forma como lhe convir diante desse quadro de estresse citado como exemplo. O que acontece é mais ou menos o seguinte: existe uma causa, no caso do exemplo, algum estímulo estressor, que gera uma certa tensão psíquica; porém, quando essa tensão se descarrega, ela passa por uma transformação, e se manifesta em forma de sintoma. Podemos então pensar que o adoecer se dá quando essa energia se manifesta de forma disfuncional, de modo que prejudique a pessoa em algum de seus aspectos biopsiosociais.


Mas tome sempre atenção: os sintomas indicam alguns caminhos para se conhecer a causa daquilo que lhe afere a vida, porém, eles não são exclusivamente determinantes por si só; para se compreender o caminho correto, é preciso se observar outros sintomas que se acompanham numa mesma direção. Por exemplo, o choro pode ser um indicador de tristeza, depressão, ansiedade, estresse, felicidade, emoção, entre tantas outras coisas, então o choro sozinho não é um fator determinante, mas sim um dos fatores que vai determina o quadro em que a pessoa se encontra. E é por isso que devemos explorar o universo de experiências e afetos que temos dentro nós, pois é só assim que vamos decifrar os sinais e sintomas que apresentamos, e com isso chegar, ou pelo menos se aproximar mais das causas de nosso sofrimento.


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​© 2016 por Davidson Rodrigues 



 

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